Ciclo de fornecimento de gás

A organização do Sistema Nacional de Gás assenta fundamentalmente na exploração da rede pública de gás natural, constituída pela Rede Nacional de Transporte, Instalações de Armazenamento e Terminais de Gás Natural Liquefeito e pela Rede Nacional de Distribuição de Gás Natural.
Importação

Portugal não possui reservas de gás natural e por isso necessita de o importar. O aprovisionamento de gás natural para o mercado português é efetuado através de contratos “take-or-pay” de longo prazo, em que os principais países fornecedores são a Argélia e a Nigéria. Para além disso, Portugal recebe ainda este recurso no seu estado líquido – o GNL (Gás Natural Liquefeito), através de navios-tanque que atracam no terminal de gás natural de Sines.

O gás natural chega a Portugal através de gasodutos ou por mar e é armazenado em instalações próprias que permitem o abastecimento às redes de transporte em condições de segurança. Entre a rede de transporte e as instalações de consumo, existem as redes de distribuição, que reduzem a pressão e escoam os fluxos de gás natural para os consumidores.

A atividade de comercialização de gás natural é a última etapa da cadeia de fornecimento de gás natural e aquela que se relaciona diretamente com os consumidores.
Transporte

O gás que chega através do gasoduto Maghreb–Europa pela fronteira espanhola é diretamente introduzido na Rede Nacional de Transporte de Gás Natural – RNTGN em alta pressão, operada pela REN Gasodutos, com um contrato de concessão com o Estado português de 40 anos.

À chegada ao terminal de Sines, o GNL é transformado na sua forma gasosa de forma a ser introduzido nesta rede. Ao longo da rede existem ainda estações de compressão que garantem a manutenção do gás natural a alta pressão. O gás é depois entregue aos distribuidores ou aos clientes finais de alta pressão.
Armazenagem

O gás natural contido no gasoduto pode ser direcionado diretamente para os consumidores finais ou para pontos de armazenamento. Esta armazenagem é feita em cavernas subterrâneas de forma a garantir a existência de reservas em caso de interrupção de fornecimento do recurso. A REN Armazenagem detém uma concessão de armazenamento subterrâneo de gás natural situada no Concelho de Pombal – sítio do Carriço.
Distribuição

Após a fase de transporte, o gás natural passa para a rede de distribuição onde é conduzido até ao consumidor final. A rede de distribuição de gás natural não abrange todo o território nacional, sendo operada por empresas concessionárias e por empresas licenciadas (ORD) que efetuam a distribuição de gás natural em determinadas áreas geográficas.
Consumo

Dependendo das necessidades dos consumidores finais, o gás natural pode ser entregue à pressão de 20 bar, a consumidores ligados à rede de distribuição, ou à pressão de 80 bar, a consumidores ligados à rede de transporte. O consumo é contabilizado num contador de gás natural, que permite registar e, posteriormente, faturar esse consumo ao utilizador.

À semelhança do que se passa no sistema elétrico, a atividade de comercialização de gás natural está aberta à concorrência, podendo o consumidor mudar livremente de comercializador – consulte portal Poupa Energia.

Fonte: APEG